segunda-feira, 31 de dezembro de 2007
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Família e infância
Grávida de sete meses e ainda trabalhando na feira do Ver-o-Peso, Almira da Silva chamou a atenção de um casal de franceses que passeava nesse conhecido ponto turístico de Belém. A mulher sugeriu para que o futuro filho de Almira fosse chamado de Jhonny Yguison.
- Eles falaram que era um filho deles que gostavam muito e que morreu num acidente.
E assim, no dia 08 fevereiro de 1989, no hospital São Marcos, na cidade de Belém, Estado do Pará, nasceu Jhonny Yguison Miranda da Silva. Antes dele, seus pais já tinham, cada um, dois filhos de outros relacionamentos conjugais. Juntos tiveram mais uma filha em 1994, chamada Nayara Nazaré Miranda da Silva.
O pai, Francisco Assis da Silva é carioca, morando nesta cidade, trabalhando de forma temporária em várias atividades.
Almira da Silva, a mãe, nasceu no município paraense de São Sebastião da Boa Vista, chegou nesta capital em 1980 e logo começou a trabalhar como feirante na feira do Ver-o-Peso. Foi neste espaço livre que Almira conheceu Francisco e com quem começou a se relacionar em 1988, porém, só passaram a morar juntos a partir de junho de 2001.
- Lembramos dessa data porque foi nesse ano que caíram aquelas Torres lá em Nova York.
Da primeira fase de sua infância, Jhonny faz questão de lembrar: - Naquele tempo era só alegria. Eu tomava banho de igarapé, corria, jogava bola. Eu gostava de andar e onde tivesse aventura eu ía.
- Eu tinha um amigão mesmo, o nome dele era Wanderson, mas eu chamava para ele de “Tereco”. Nós brincávamos muito, mas também brigávamos por qualquer motivo.
O sentimento é mútuo. Tereco, agora com 17 anos, não esquece desse momento.
- Eu lembro que a gente brincava sempre na rua, próxima de nossas casas. A gente era pobre e não tinha dinheiro nem pra comprar pipa, por isso a gente empinava uma sacola de plástico. Mas eu me saparei de Jhonny quando ele tinha oito anos, nunca mais ouvi falar dele, só quando soube do tiro que ele levou, pela televisão.
Nesta fase, Jhonny alternava momentos de maturidade com os de travessuras típicas de uma criança. Na relação que mantinha com a irmã, cinco anos mais nova, essa dubiedade de comportamento se destacava. Na ausência da mãe, inclusive durante a noite, cuidava de Nayara, mas a abandonava a própria sorte para jogar bilhar – sua principal diversão - em bares da vizinhança.
A partir dos 11 anos, significativas transformações aconteceram em sua vida. Foi somente com essa idade que começou a estudar.
- Eu não tinha certidão de nascimento e por isso as escolas não aceitavam me matricular e eu sintia vergonha.
Esse momento também foi o marco inicial em que Jhonny começou a ter o prematuro contato com o trabalho, passando a integrar uma indesejável estatística entranhada em nossa sociedade: o alto índice de trabalho infantil.
- Eles falaram que era um filho deles que gostavam muito e que morreu num acidente.
E assim, no dia 08 fevereiro de 1989, no hospital São Marcos, na cidade de Belém, Estado do Pará, nasceu Jhonny Yguison Miranda da Silva. Antes dele, seus pais já tinham, cada um, dois filhos de outros relacionamentos conjugais. Juntos tiveram mais uma filha em 1994, chamada Nayara Nazaré Miranda da Silva.
O pai, Francisco Assis da Silva é carioca, morando nesta cidade, trabalhando de forma temporária em várias atividades.
Almira da Silva, a mãe, nasceu no município paraense de São Sebastião da Boa Vista, chegou nesta capital em 1980 e logo começou a trabalhar como feirante na feira do Ver-o-Peso. Foi neste espaço livre que Almira conheceu Francisco e com quem começou a se relacionar em 1988, porém, só passaram a morar juntos a partir de junho de 2001.
- Lembramos dessa data porque foi nesse ano que caíram aquelas Torres lá em Nova York.
Da primeira fase de sua infância, Jhonny faz questão de lembrar: - Naquele tempo era só alegria. Eu tomava banho de igarapé, corria, jogava bola. Eu gostava de andar e onde tivesse aventura eu ía.
- Eu tinha um amigão mesmo, o nome dele era Wanderson, mas eu chamava para ele de “Tereco”. Nós brincávamos muito, mas também brigávamos por qualquer motivo.
O sentimento é mútuo. Tereco, agora com 17 anos, não esquece desse momento.
- Eu lembro que a gente brincava sempre na rua, próxima de nossas casas. A gente era pobre e não tinha dinheiro nem pra comprar pipa, por isso a gente empinava uma sacola de plástico. Mas eu me saparei de Jhonny quando ele tinha oito anos, nunca mais ouvi falar dele, só quando soube do tiro que ele levou, pela televisão.
Nesta fase, Jhonny alternava momentos de maturidade com os de travessuras típicas de uma criança. Na relação que mantinha com a irmã, cinco anos mais nova, essa dubiedade de comportamento se destacava. Na ausência da mãe, inclusive durante a noite, cuidava de Nayara, mas a abandonava a própria sorte para jogar bilhar – sua principal diversão - em bares da vizinhança.
A partir dos 11 anos, significativas transformações aconteceram em sua vida. Foi somente com essa idade que começou a estudar.
- Eu não tinha certidão de nascimento e por isso as escolas não aceitavam me matricular e eu sintia vergonha.
Esse momento também foi o marco inicial em que Jhonny começou a ter o prematuro contato com o trabalho, passando a integrar uma indesejável estatística entranhada em nossa sociedade: o alto índice de trabalho infantil.
Resumo
sábado, 22 de dezembro de 2007
Livro - onde encontrar
LOCADORA 100% VÍDEO, localizada no bairro Umarizal, na Rua Antônio Barreto, 127, ao lado da pizzaria hut, próximo da Doca.
LIVRARIA JINKINGS
R. dos Tamoios, 1592
Valor das vendas revertido a Jhonny Yguison.
Recall
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
APRESENTAÇÕES
Nos dias 06 e 10 de dezembro, fizemos duas apresentações de nosso livro. No dia 6 foi na Assembléia Legislativa (sala da Escola do Legislativo) e no dia 10 ocorreu no Hangar, na ocasião do Congresso Estadual do Sintepp. Foram dois momentos emocionantes, que contaram com a presença de Jhonny e convidados, como a ex-deputada Araceli Lemos e o promotor de justiça Waldir Macieira. E durante esses dias vendemos aproximadamente 200 livros.
Sabemos que as aquisições dos livros se devem mais pela solidariedade das pessoas do que pelo aspecto formal e literário do livro. E isso é importante, na medida em que o valor das vendas é revertido para o Jhonny.
Por isso nosso MUITO OBRIGADO!!
domingo, 9 de dezembro de 2007
Normas
Legislação sobre criança e adolescente no ESTADO DO PARÁ
• Lei nº 5.789, de 22 de dezembro de 1993. Cria a Fundação da Criança e do Adolescente do Pará - FUNCAP.
• Lei n° 5.819, de 11 de fevereiro de 1994. Dispõe sobre a Política Estadual de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Estado do Pará.
• Lei n° 6.025 de 20 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a criação de creches em penitenciárias femininas.
• Lei n° 6.218, de 13 de maio de 1999. Dispõe sobre a obrigatoriedade da afixação de fotos com identificação de crianças desaparecidas nos ônibus das linhas intermunicipais, cuja concessão e/ou permissão seja facultada pelo Estado.
• Lei n° 6.322, de 25 de outubro de 2000. Dispõe sobre a obrigatoriedade de Estabelecimentos, a fixarem em sua porta de entrada anúncios de advertência quanto à exploração sexual de crianças e adolescentes.
• Lei nº 6.355, de 16 de abril de 2001. Dispõe sobre a publicação nos classificados dos jornais e revistas do Estado do Pará de advertência quanto à exploração sexual de crianças e adolescentes.
• Lei nº 6.628, de 22 de março de 2004. Institui o dia 18 de maio como o Dia Estadual de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
• Lei nº 6.709, de 14 de janeiro de 2005. Dispõe sobre a criação de uma Vara Criminal Privativa de Crimes contra Crianças e Adolescentes.
• Lei nº 6.937, de 27 de dezembro de 2006. Dispõe sobre medidas educativas de proteção à criança e ao adolescente, contra a violência, o uso de drogas e doenças sexualmente transmissíveis.
• Lei nº 6.943, de 16 de fevereiro de 2007. Institui o selo "Empresa Protetora da Criança e do Adolescente" em reconhecimento as iniciativas empresariais no enfrentamento e combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado do Pará.
• Lei nº 6.974, de 28 de maio de 2007. Dispõe sobre a obrigatoriedade de notificação compulsória, no caso de violência contra criança e adolescente, que for atendida nos serviços de saúde públicos e privados, do Estado do Pará.
• Lei nº 5.789, de 22 de dezembro de 1993. Cria a Fundação da Criança e do Adolescente do Pará - FUNCAP.
• Lei n° 5.819, de 11 de fevereiro de 1994. Dispõe sobre a Política Estadual de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente no Estado do Pará.
• Lei n° 6.025 de 20 de fevereiro de 1997. Dispõe sobre a criação de creches em penitenciárias femininas.
• Lei n° 6.218, de 13 de maio de 1999. Dispõe sobre a obrigatoriedade da afixação de fotos com identificação de crianças desaparecidas nos ônibus das linhas intermunicipais, cuja concessão e/ou permissão seja facultada pelo Estado.
• Lei n° 6.322, de 25 de outubro de 2000. Dispõe sobre a obrigatoriedade de Estabelecimentos, a fixarem em sua porta de entrada anúncios de advertência quanto à exploração sexual de crianças e adolescentes.
• Lei nº 6.355, de 16 de abril de 2001. Dispõe sobre a publicação nos classificados dos jornais e revistas do Estado do Pará de advertência quanto à exploração sexual de crianças e adolescentes.
• Lei nº 6.628, de 22 de março de 2004. Institui o dia 18 de maio como o Dia Estadual de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
• Lei nº 6.709, de 14 de janeiro de 2005. Dispõe sobre a criação de uma Vara Criminal Privativa de Crimes contra Crianças e Adolescentes.
• Lei nº 6.937, de 27 de dezembro de 2006. Dispõe sobre medidas educativas de proteção à criança e ao adolescente, contra a violência, o uso de drogas e doenças sexualmente transmissíveis.
• Lei nº 6.943, de 16 de fevereiro de 2007. Institui o selo "Empresa Protetora da Criança e do Adolescente" em reconhecimento as iniciativas empresariais no enfrentamento e combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Estado do Pará.
• Lei nº 6.974, de 28 de maio de 2007. Dispõe sobre a obrigatoriedade de notificação compulsória, no caso de violência contra criança e adolescente, que for atendida nos serviços de saúde públicos e privados, do Estado do Pará.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
Na escola
Jovem baleado por PM lança livro sobre o caso na escola onde estuda
Drama vivido por Jhonny Iguisson não terminou: falta o júri do acusado
Drama vivido por Jhonny Iguisson não terminou: falta o júri do acusado
Hoje é um dia muito especial na vida do estudante Jhonny Iguisson Miranda da Silva. Seus colegas de turma e toda comunidade educacional da Escola Estadual Rômulo Maiorana, localizada na Cidade Nova VIII, Travessa WE 43, vão participar do lançamento do livro “O Flanelinha, sinal vermelho para Jhonny Iguisson”, que conta a sua história. Em meio à tragédia que o deixou paraplégico, dependendo de uma cadeira de rodas para se locomover e de inúmeros tratamentos de saúde, agora com 18 anos, Jhonny ainda tem forças para dar uma lição de vida. “Se depender de mim, eu continuarei vivendo”, afirma.
Jhonny Iguisson foi vítima da violência do policial Darlan Carlos da Silva Barros. Em dezembro de 2001, o adolescente de 12 anos era mais um dos milhares de meninos que trabalham durante a infância, abrindo mão das brincadeiras e da educação para ajudar a sustentar a família.
O garoto exercia a atividade de flanelinha na esquina das avenidas Pedro Álvares Cabral e Tavares Bastos, quando tentou limpar o pára-brisa do carro do militar. Primeiro, foi agredido verbalmente e depois foi atingido por um disparo efetuado pelo militar, cuja bala entrou pelo braço esquerdo, perfurou o baço, o rim, o pulmão e fígado do garoto, deixando-o paraplégico para o resto da vida.
Apesar das testemunhas no local, o militar nunca foi julgado e no primeiro semestre deste ano o juiz Ronaldo Vale descaracterizou o crime, definindo o ato do agente público contra um adolescente como lesões corporais graves sem intenção de matar. A medida do juiz revoltou Jhonny e sua família, mas ele não desiste de lutar por justiça.
Darlan Barros foi expulso da Polícia Militar em 2003, mas continua livre e sem ser julgado pelo crime que cometeu contra um menino indefeso.
Apesar de ter vencido a batalha judicial contra o Estado, que garantiu uma pensão de R$ 900 e tratamento médico permanente, Jhonny Iguisson continua sofrendo com o descaso do poder público, inclusive, pagando diariamente um táxi para se locomover para escola onde estuda. Ele mora no bairro do 40 Horas e estuda na Cidade Nova.
“O Flanelinha, sinal vermelho para Jhonny Iguisson” é de autoria do advogado Walmir Brelaz, que defende a causa do garoto. A história é contada a partir de entrevistas com a família e com a vítima e de pesquisas no inquérito policial e no processo que tramita na justiça. O lançamento do livro nestá marcado para as 9 horas.
Jhonny Iguisson foi vítima da violência do policial Darlan Carlos da Silva Barros. Em dezembro de 2001, o adolescente de 12 anos era mais um dos milhares de meninos que trabalham durante a infância, abrindo mão das brincadeiras e da educação para ajudar a sustentar a família.
O garoto exercia a atividade de flanelinha na esquina das avenidas Pedro Álvares Cabral e Tavares Bastos, quando tentou limpar o pára-brisa do carro do militar. Primeiro, foi agredido verbalmente e depois foi atingido por um disparo efetuado pelo militar, cuja bala entrou pelo braço esquerdo, perfurou o baço, o rim, o pulmão e fígado do garoto, deixando-o paraplégico para o resto da vida.
Apesar das testemunhas no local, o militar nunca foi julgado e no primeiro semestre deste ano o juiz Ronaldo Vale descaracterizou o crime, definindo o ato do agente público contra um adolescente como lesões corporais graves sem intenção de matar. A medida do juiz revoltou Jhonny e sua família, mas ele não desiste de lutar por justiça.
Darlan Barros foi expulso da Polícia Militar em 2003, mas continua livre e sem ser julgado pelo crime que cometeu contra um menino indefeso.
Apesar de ter vencido a batalha judicial contra o Estado, que garantiu uma pensão de R$ 900 e tratamento médico permanente, Jhonny Iguisson continua sofrendo com o descaso do poder público, inclusive, pagando diariamente um táxi para se locomover para escola onde estuda. Ele mora no bairro do 40 Horas e estuda na Cidade Nova.
“O Flanelinha, sinal vermelho para Jhonny Iguisson” é de autoria do advogado Walmir Brelaz, que defende a causa do garoto. A história é contada a partir de entrevistas com a família e com a vítima e de pesquisas no inquérito policial e no processo que tramita na justiça. O lançamento do livro nestá marcado para as 9 horas.
Jornal O LIBERAL, 07.12.2007
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
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